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Fechamento de comunicação interatrial:

saiba mais sobre essa cirurgia de correção

Tempo de leitura: 3 min.
Atualizado em 16/01/2024
Dr Eduardo Antoniolli
Dr. Eduardo Antoniolli
Cardiologia Intervencionista
CRM: 39.275    RQE: 39.894

A comunicação interatrial é um defeito congênito, onde há uma pequena abertura no coração, possibilitando os lados esquerdo e direito se comunicarem.

Esse pequeno orifício fica localizado nas câmaras superiores do coração, conhecidas como átrios. Ele é formado quando o feto ainda está na barriga da mãe e a sua função é permitir que o sangue do cordão umbilical se espalhe para todos os demais órgãos do corpo. 

Depois do nascimento do bebê, é esperado que essa comunicação entre os átrios esquerdo e direito se feche até 2 anos de idade. Porém, em alguns casos, isso não acontece, formando a comunicação interatrial.

Também conhecida como CIA, esse é um dos tipos mais comuns de cardiopatia congênita, ou seja, uma malformação que já nasce com o paciente. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, uma a cada 800 pessoas nascem com a CIA. 

Para que a comunicação entre os átrios se encerre, é indicado o procedimento de fechamento de comunicação arterial. 

Quando é indicado o fechamento de comunicação interatrial?

Geralmente, a CIA não causa nenhum tipo de sintoma quando o paciente ainda é bebê e pode seguir dessa maneira até a fase adulta. 

Durante a infância, os pacientes com esse tipo de cardiopatia podem ficar um pouco mais cansados do que o comum depois de esforços excessivos, como a prática de uma atividade física, por exemplo. Porém, os sinais não são alarmantes nessa idade. 

Normalmente, é na fase adulta que os sintomas da comunicação arterial começam a ser mais fortes e os pacientes podem apresentar arritmias, cansaço fácil, hipertensão pulmonar ou dilatação das cavidades do coração. 

Quando esses sinais começam a prejudicar o estilo de vida do paciente é quando ele procura ajuda de um cardiologista. Nesses casos, a cirurgia é indicada.

Tipos de procedimento para fechar a comunicação interatrial

Há dois tipos de procedimentos que poderão ser feitos para fechar a comunicação interatrial.

A decisão de qual deles será realizado será feita pelo cardiologista, após verificar dois fatores particulares:

  1. O paciente, onde ele analisará os exames clínicos, a idade, as condições médicas, entre outros;
  2. A abertura no coração, levando em conta o seu tamanho, sua localização, seu formato, entre outros.

Tratamento por cateterismo cardíaco

Nas CIAs chamadas ostium secundum, que são 90% dos casos, pode ser indicado o fechamento por cateterismo cardíaco. 

Esse procedimento consiste em uma pequena prótese acoplada na ponta de um cateter, que vai seguir até o coração pelo acesso em uma veia localizada na virilha ou no pulso do paciente. 

Quando a prótese está no local correto e não há mais a passagem de sangue entre os dois átrios, o cateter é retirado e o procedimento concluído. Por ser feito com o paciente sedado, não há nenhum tipo de dor ou desconforto. 

A cirurgia dura, aproximadamente, 2 horas e após finalizada, o paciente fica em observação no hospital entre 1 a 3 dias. As atividades rotineiras podem ser retomadas após cerca de uma semana, evitando subir e descer escadas, não carregar peso, não dirigir e não fazer exercícios de alta intensidade. 

Tratamento com cirurgia cardíaca tradicional

A segunda opção de tratamento é a cirurgia cardíaca tradicional. Elas são mais indicadas nos casos das CIAs chamadas de ostium primum.

Nelas, é feita uma incisão no peito do paciente e o cardiologista coloca um pequeno retalho no orifício aberto, consertando o defeito. 

Apesar de ser mais invasiva, esse tipo de cirurgia é tão efetiva quanto o tratamento por cateterismo.

As únicas mudanças, porém, são no tempo de observação e recuperação, que podem ser maiores. Além disso, o paciente pode sentir um pouco mais de desconforto no local da incisão. 

Preparos para o fechamento de comunicação interatrial

Os preparos para a realização do fechamento da CIA podem exigir alguns exames laboratoriais e cardíacos. 

O paciente é, também, avaliado por um time multidisciplinar de profissionais além do cardiologista e incluem anestesistas, cirurgiões e outros profissionais necessários para cada caso.

Geralmente, é solicitado um período de jejum e alguns remédios podem precisar ser interrompidos. É importante seguir todas as orientações do seu cardiologista de confiança para que o procedimento seja um sucesso.

Os preparos mais detalhados vão depender do tipo e do hospital onde será realizado o procedimento.

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