A comunicação interatrial é um defeito congênito, onde há uma pequena abertura no coração, possibilitando os lados esquerdo e direito se comunicarem.
Esse pequeno orifício fica localizado nas câmaras superiores do coração, conhecidas como átrios. Ele é formado quando o feto ainda está na barriga da mãe e a sua função é permitir que o sangue do cordão umbilical se espalhe para todos os demais órgãos do corpo.
Depois do nascimento do bebê, é esperado que essa comunicação entre os átrios esquerdo e direito se feche até 2 anos de idade. Porém, em alguns casos, isso não acontece, formando a comunicação interatrial.
Também conhecida como CIA, esse é um dos tipos mais comuns de cardiopatia congênita, ou seja, uma malformação que já nasce com o paciente. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, uma a cada 800 pessoas nascem com a CIA.
Para que a comunicação entre os átrios se encerre, é indicado o procedimento de fechamento de comunicação arterial.
Geralmente, a CIA não causa nenhum tipo de sintoma quando o paciente ainda é bebê e pode seguir dessa maneira até a fase adulta.
Durante a infância, os pacientes com esse tipo de cardiopatia podem ficar um pouco mais cansados do que o comum depois de esforços excessivos, como a prática de uma atividade física, por exemplo. Porém, os sinais não são alarmantes nessa idade.
Normalmente, é na fase adulta que os sintomas da comunicação arterial começam a ser mais fortes e os pacientes podem apresentar arritmias, cansaço fácil, hipertensão pulmonar ou dilatação das cavidades do coração.
Quando esses sinais começam a prejudicar o estilo de vida do paciente é quando ele procura ajuda de um cardiologista. Nesses casos, a cirurgia é indicada.
Há dois tipos de procedimentos que poderão ser feitos para fechar a comunicação interatrial.
A decisão de qual deles será realizado será feita pelo cardiologista, após verificar dois fatores particulares:
Nas CIAs chamadas ostium secundum, que são 90% dos casos, pode ser indicado o fechamento por cateterismo cardíaco.
Esse procedimento consiste em uma pequena prótese acoplada na ponta de um cateter, que vai seguir até o coração pelo acesso em uma veia localizada na virilha ou no pulso do paciente.
Quando a prótese está no local correto e não há mais a passagem de sangue entre os dois átrios, o cateter é retirado e o procedimento concluído. Por ser feito com o paciente sedado, não há nenhum tipo de dor ou desconforto.
A cirurgia dura, aproximadamente, 2 horas e após finalizada, o paciente fica em observação no hospital entre 1 a 3 dias. As atividades rotineiras podem ser retomadas após cerca de uma semana, evitando subir e descer escadas, não carregar peso, não dirigir e não fazer exercícios de alta intensidade.
A segunda opção de tratamento é a cirurgia cardíaca tradicional. Elas são mais indicadas nos casos das CIAs chamadas de ostium primum.
Nelas, é feita uma incisão no peito do paciente e o cardiologista coloca um pequeno retalho no orifício aberto, consertando o defeito.
Apesar de ser mais invasiva, esse tipo de cirurgia é tão efetiva quanto o tratamento por cateterismo.
As únicas mudanças, porém, são no tempo de observação e recuperação, que podem ser maiores. Além disso, o paciente pode sentir um pouco mais de desconforto no local da incisão.
Os preparos para a realização do fechamento da CIA podem exigir alguns exames laboratoriais e cardíacos.
O paciente é, também, avaliado por um time multidisciplinar de profissionais além do cardiologista e incluem anestesistas, cirurgiões e outros profissionais necessários para cada caso.
Geralmente, é solicitado um período de jejum e alguns remédios podem precisar ser interrompidos. É importante seguir todas as orientações do seu cardiologista de confiança para que o procedimento seja um sucesso.
Os preparos mais detalhados vão depender do tipo e do hospital onde será realizado o procedimento.