A cardiopatia congênita é qualquer anormalidade ou malformação no músculo do coração ou em suas funções. Elas surgem ainda quando o feto está na barriga e está passando pelo período de formação do órgão, por volta de 8 semanas de gestação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, cerca de 130 milhões de crianças sofrem com algum tipo de cardiopatia congênita. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, nascem cerca de 28 mil crianças por ano com alguma malformação no coração.
Essas anormalidades no coração podem revelar sintomas logo no nascimento, na infância ou já na fase adulta. Em alguns casos, os sintomas nunca aparecem.
A cardiopatia congênita pode ser classificada de duas formas.
Nesse caso, são as cardiopatias que não oferecem alterações tão graves na função cardíaca.
A quantidade e intensidade de sintomas depende da gravidade de cada caso. As principais cardiopatias congênitas acianóticas são:
Nesse caso, há uma comunicação anormal nos átrios cardíacos.
Como o nome pode indicar, nesta cardiopatia a comunicação entre os ventrículos acontece de maneira inadequada. Isso porque há um defeito nas paredes desses ventrículos, causando a mistura entre os sangues oxigenado e não oxigenado.
O canal arterial aparece durante a gestação e liga o ventrículo direito do coração do bebe à aorta. Dessa forma, o sangue consegue chegar à placenta e receber oxigênio.
Após o nascimento, esse canal deve se fechar, porém, em pacientes com essa cardiopatia, isso não acontece. Esse canal aberto pode gerar problemas de oxigenação do sangue do bebê.
Essa cardiopatia provoca uma comunicação inadequada entre o átrio e o ventrículo, dificultando o funcionamento adequado do coração.
Ao contrário das cardiopatias acianóticas, as cianóticas são mais graves, pois afetam de forma mais significativa o bom funcionamento do coração, o fluxo sanguíneo e a quantidade de oxigênio no sangue.
Nas cardiopatias congênitas cianóticas, os sintomas podem ser mais graves e podem provocar convulsões e até a morte.
As principais cardiopatias congênitas cianóticas são:
Essa cardiopatia é causada pela soma de 4 defeitos no coração: estreitamento da válvula que passa o sangue do coração para o pulmão, falha na comunicação entre os ventrículos cardíacos, alteração na posição da aorta e aumento do ventrículo direito.
Nessa cardiopatia congênita o fluxo sanguíneo é dificultado por conta de anomalias na válvula tricúspide, responsável pela comunicação das câmaras do lado direito.
O defeito que gera essa cardiopatia é a falta de comunicação entre o coração e o pulmão, impedindo a chegada de oxigênio na corrente sanguínea.
Conforme dito acima, os sintomas da cardiopatia congênita dependerão do nível e complexidade das falhas cardíacas.
Em geral, os sintomas mais comuns das cardiopatias são:
Nos bebês, mais alguns sinais de cardiopatia congênita podem ser notados. São eles:
Já em crianças mais velhas ou adultos, outros sintomas são:
As cardiopatias congênitas podem ser diagnosticadas ainda na gestação. Os exames morfológicos são os que indicam as más formações nos corações dos fetos.
Depois que a suspeita é levantada, é feito um ecocardiograma no coração do bebê, que será avaliado mais detalhadamente, permitindo a confirmação se há alguma anomalia na estrutura ou na função do órgão.
Caso não seja identificado ainda dentro da barriga da mãe, o próprio pediatra pode identificar problemas, como o sopro ou a frequência cardíaca alterada. Depois disso, o pediatra encaminha o paciente para um cardiopediatra.
Esse profissional, por sua vez, irá solicitar exames complementares para fechar o diagnóstico. Alguns desses exames podem ser o eletrocardiograma, a radiografia de tórax ou o ecocardiograma.
Na idade adulta, os exames solicitados podem ser os mesmos.
Muitos casos demoram para ser diagnosticados e podem ser resolvidos de forma espontânea conforme o crescimento do paciente, sem precisar de nenhum tipo de medicação ou outro tipo de tratamento.
Quando é necessária a intervenção, os tratamentos da cardiopatia congênita podem envolver o uso de medicamentos para ajudar nos sintomas. Alguns exemplos de remédios são os betabloqueadores, para controlar a frequência cardíaca e os inotrópicos, para aumentar a intensidade dos batimentos.
Na maioria dos casos, o tratamento definitivo das cardiopatias é feito por meio de cirurgia, algumas minimamente invasivas e outras mais invasivas, que irão corrigir as anomalias e possibilitar a extinção da doença e dos sintomas.
Conforme dito nesse texto, a cardiopatia congênita acontece na formação do feto. Por isso, não há uma forma de prevenção para a doença.
Porém, algumas medidas podem ser tomadas para tentar evitar essa malformação durante a gestação.
Antes de engravidar, a mulher pode procurar o seu médico ginecologista para conferir se está em boas condições de saúde. Além disso, nos primeiros meses de gestação, é recomendada a ingestão do ácido fólico.
A falta dessa vitamina no corpo pode ser um dos fatores que desencadeiam não só malformações cardíacas, mas também falhas do sistema nervoso central do feto.
Por fim, a gestante também deve adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, não fumar, não beber e não ingerir medicamentos sem a liberação do médico responsável.